O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou no Guará, a primeira biofábrica de mosquitos wolbitos – insetos com a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão de vírus como dengue, zika e chikungunya. Com investimento de R$ 400 mil, a unidade vai produzir mosquitos que serão liberados de forma controlada para reduzir a propagação dessas doenças.
A tecnologia, já utilizada em outros estados e países, é considerada segura pela Secretaria de Saúde, pois não envolve modificação genética e a bactéria não é transmitida a humanos ou animais. De acordo com o secretário Juracy Lacerda, o método é autossustentável e pode reduzir em até 70% a incidência de dengue, além de evitar o uso de inseticidas químicos.
A iniciativa integra uma estratégia nacional de combate às arboviroses. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presente na cerimônia, destacou que projetos semelhantes já obtiveram redução de 69% nos casos de dengue. A previsão é que a ação beneficie cerca de 700 mil pessoas em dez regiões do DF e em dois municípios goianos.A biofábrica seguirá um processo de produção em escala: ovos dos wolbitos são recebidos de Curitiba, criados em ambiente controlado e, após atingirem a fase adulta, são liberados. Ao se reproduzirem com mosquitos selvagens, transmitem a Wolbachia para as novas gerações, reduzindo progressivamente a população de insetos transmissores. A meta é produzir mais de 600 milhões de mosquitos somente em setembro.