Nos últimos anos, a ciência tem revelado uma conexão importante — e pouco discutida — entre a alimentação e a saúde mental. Em especial, os alimentos ultraprocessados, presentes em boa parte das prateleiras dos supermercados, têm sido associados a sintomas de depressão, ansiedade e piora da qualidade do sono.
Ultraprocessados são produtos altamente industrializados, com aditivos químicos, corantes, emulsificantes e pouco valor nutricional. Refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos, embutidos e refeições prontas entram nessa lista. Apesar da praticidade, eles podem comprometer o equilíbrio do microbioma intestinal — que, por sua vez, afeta diretamente o cérebro.
O intestino é conhecido como “segundo cérebro” porque abriga trilhões de bactérias que participam da produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina. Quando a alimentação é rica em ultraprocessados, essa flora intestinal sofre alterações, gerando inflamação e interferindo no funcionamento cerebral.Além disso, esses alimentos costumam ter alto índice glicêmico e causar picos de açúcar no sangue, seguidos de quedas bruscas. Essa oscilação está ligada a mudanças de humor, irritabilidade e sensação de fadiga. Em longo prazo, pode contribuir para quadros de desequilíbrio emocional e até transtornos mentais.
Diversos estudos, inclusive brasileiros, apontam que dietas ricas em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras boas são aliadas da saúde mental. Alimentos frescos e minimamente processados mantêm o organismo em equilíbrio e ajudam a proteger o cérebro da inflamação crônica.
Portanto, cuidar da mente também passa pelo prato. Substituir produtos industrializados por comida de verdade pode ser um passo decisivo não só para o corpo, mas também para o bem-estar emocional — e isso vale para todas as idades.
Fonte: Comunicação DF News.